terça-feira, 17 de agosto de 2010

Planeta dos Macacos

O dia é sexta-feira, 13 de agosto de 2010. Mais um dia normal. Andando pela rua na hora do almoço vi uma mureta de onde dava pra fazer uma precisão pra um parapeito em cima do túnel que fica perto do Rio Sul. Se eu passasse... Bem, eu não podia passar. Mas era um pulo realmente “fácil”, se é que podemos nos dar ao luxo de menosprezar algum obstáculo. Enfim, era só me concentrar e nada ia dar errado. Tinha pelo menos umas 3 formas diferentes de salvar. O parapeito onde ia aterrisar tinha uns 40 a 50 cm de largura (dava até pra aterrisar de calcanhar... Cabiam uns 2 pés ali!). Me concentrei pra pular e... “Perae, você vai mesmo fazer isso?... Deixa eu filmar.” Daniel. Há esqueci de mencionar que estava com meus amigos Daniel e Santiago. Fiz o pulo. Tava tudo filmado (não que eu fizesse questão, pois como disse era um pulo simples). Tudo bem.
Alguns minutos depois. “VOCÊ É MALUCO?! VOCÊ PODIA TER MORRIDO, SABIA???” ; “EU NÃO ACREDITO!” ; “SÉRIO, DEPOIS DISSO NÃO FALO MAIS COM VOCÊ!”. Foi mais ou menos essa a reação das pessoas pras quais o vídeo foi mostrado (sem eu saber). Depois de algum tempo finalmente entendi do que se tratava. Não se pode mostrar um vídeo com movimentos de parkour, feitos a um certa altura, pra uma pessoa que não pratica parkour. Por mais absurdo que pareça, minha experiência mostrou que 99,99999999999% das pessoas vão no mínimo te chamar de maluco, ou até mesmo fazer você prometer “que nunca mais vai fazer isso...” Acontece que eu faço isso praticamente todo final de semana há algum tempo já. Eu não sou um maluco que decidiu se tacar em cima de um túnel. Não. Mas... Tenta explicar isso pra alguém que não treina parkour. Complicado.
Mais tarde, voltando pra casa, logo que saltei do ônibus às 16:10 h vi uma família de pelo menos 15 macacos. Parei no meio da rua pra olhar. Engraçado como embora todos seguissem num mesmo sentido cada um ia por um galho diferente de uma forma diferente. O “percurso” deles começava com um salto do telhado de uma casa, onde tinham que ficar pendurados de lado (como se fosse um cat leap de uma mão), se balançar e jogar uma precisão pra um tanque. Depois que uns 4 repetiram o movimento teve um que se pendurou e ficou parado pensando até que arregalou os olhos desesperado, morrendo de medo. Voltou e simplesmente tacou uma “precisão suicida” pra uma moita do lado do tanque. Outro ficou agarrado num tronco mais próximo de mim e quando notou minha presença se aproximou. Tentei ficar equilibrado num cano pra ver o que ele achava. Acho que me estranhou. Depois de uns 5 minutos ele continuou a seguir a trilha. Cada macaco fluindo de árvore em arvore do seu jeito. Darwin estava certo!
Ao invés de ficar vendo Partoba ou coisas do gênero as pessoas deveriam assistir mais os macacos. Não existem garantias de que eles vão sempre acertar. Eles também tem seus medos e inseguranças. Cada um deles se move da sua própria forma. Então, porque eles foram “feitos pra isso” e nós não?
Que o flow esteja com os primatas!
Att Sapo

Um comentário:

  1. nossa. q texto legal. curti o modo como falou dos macacos...
    Nos tb podemos.. =]

    ResponderExcluir