sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Hoje é o amãnha de ontem

Ouso dizer que 2009 foi o melhor ano da minha vida. E eu não vou dizer que foi por causa dos momentos que passei com vocês nem porque vocês são pessoas especiais, disso vocês já sabem. Espero que depois de formados e com o cabelo grisalho possamos continuar nos encontrando por muitos anos.
Muita gente deseja dinheiro, paz, saúde....Mas eu não desejo nada disso, por que essas coisas não existem por si só: elas são conseqüência de algo mais. Daquilo que acredtamos. Das crenças que motivam nossas ações.
Também não vou dizer que devemos correr atrás dos nossos sonhos, porque a vida não é uma longa corrida que um dia que vá terminar e só neste momento nos sentiremos realizados. Na verdade não existem dias mais importantes do que outros. Todos os dias têm a mesma importância pois são únicos e representam, cada um, a chance de começar algo novo.
O que eu desejo é que possamos acreditar em nós mesmo em todos os dias deste ano novo e dos próximos anos novos que estão por vir. Que possamos viver nossos sonhos todos os dias, sem excessão.
Não vai ser fácil, mas como diria Raul Seixas:” mas tudo foi muito fácil/ e eu me pergunto, “e dai, e agora?”.
Este desafio de viver nossos sonhos a cada dia pode parecer algo muito pesado a principio. E de fato será: vão ter dias em que não vamos ter animo nem pra levantar da cama; dias em que nada parece dar certo; dias em que vamos nos sentir sozinhos e sem amparo mesmo estando no meio de uma multidão; dias de dores de cabeça; problemas em casa; preocupações e todo tipo de estresse. Mas a consciência de que nós construímos nosso próprio caminho através de nossas escolhas servirá de consolo e dará esperança para que possamos continuar a construir no dia-a-dia nossos sonhos. Vai ser uma obra que construímos enquanto aproveitamos, enquanto vivemos ela.. E que nunca nos esqueçamos disto: só podemos viver aquilo que desejamos se assumirmos alguma atitude para que aquilo que até então só existia em nossa imaginação passe a existir para o mundo.
Sapo

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Um leão atrás de você

Ontem, dia 31 de julho de 2009 às 19:45 aproximadamente eu e Aquaman estavamos treinando nas passarelas de Botafogo. Tinha gente passando ainda e parecia tudo tranquilo. Estavamos muito inspirados pelo video que postaram na comunidade em que aparecem cenas do Bruce Lee sendo entrevistado e de um tracer ingles treinando em Londres. Pra quem conhece, a segunda passarela de Botafogo parece bem com o local do inicio desse video, e aproveitamos pra treinar cat to cats e monkey pra canos proximos a paredes. Foi bem produtivo, e não me arrependo de ter treinado lá, apesar do que aconteceu depois.
Três caras se aproximaram descendo as escadas. Quando eles ao inves de usarem a passagem subterranea andaram na diração das rampas percebi que tinha algo errado (mais tarde falando com o Aquaman ele disse que tb percebeu eles se aproximando). Eu na hora nem me lembrei da minha mochila e so pensei em subir um muro pra sair da linha dos caras, que vinham na minha direção. Um deles tinha uma faca, eles conseguiram pegar minha mochila. O Aquaman tava mais perto das mochilas e conseguiu salvar a dele. Me senti covarde por sair da linha dos caras numa direção oposta de onde o Aquaman tava. Quando de cima do muro vi um deles apontando uma coisa pro Aquaman pensei :"ja era" (parecia uma arma). Desci o muro e cheguei mais perto dos tres, que ja tavam indo embora. Pedi pra eles deixarem pelo menos alguma coisa (ou algo assim, não me lembro bem). O cara da faca ficou bolado e começaram os tres a correr pra cima da gente. O cara da faca na frente mexendo ela no ar de um lado pro outro e gritando. Corremos muito, e numa hora que tinha uma curva escorreguei e bati com a cabeça no ferro do corrimão e com o joelhos esquerdo no chao. Cai, e logo depois levantei.
Comecei a correr de novo e quando olhei pra trás vi a faca a menos de meio metro de distancia de mim. Corremos pelas nossas vidas. No final deu tudo certo. Fui no hospital e não tive nada serio, só luxações e um galo bem grande na cabeça. Fora é claro o que tava na mochila (camera e celular). Apesar de ter perdido, agora percebo que bens materiais não são nada comparados à vida. Refletimos muito sobre o que aconteceu. Poderiamos ter evitado tudo isso, pegando as mochilas, logo que eles começaram a se aproximar, e fugindo da forma mais rapida possivel? Isto sim seria o verdadeiro parkour? Deveriamos ter escalado uma parede que estava na nossa frente ao inves de termos feito a curva? Se fossemos subir ou fazer qualquer movimento, não existia a possibilidade de demorarmos mais do que se só corresemos? Enfim, pra que praticamos parkour se num hora dessas simplesmente travamos nossas mentes no sentido do parkour? No final o Aquman acabou falando que provavelmente a melhor forma de escapar era so correndo mesmo. Eu concordo. Mas a sensação de impotencia de um assalto, e depois de quase perder a vida (me lembrei de um amigo que morreu esfaqueado ano passado saindo de uma boate) são algo simplesmente indescritivel.
Venho escrever isso porque depois disso tudo a mensagem pareceu bem clara. Passei a volarizar minha vida como nunca antes (não que nao a valorizasse). Essa experiencia me deu noção da realidade de que podemos morrer de uma hora pra outra da forma mais estupida possivel, e ai tudo acaba. Tudo o que? Tudo pra gente! O resto continua. Se eles tivessem que matar iam matar, e iam continuar vivos. Então, não deixe de viver cada momento com as pessoas que você ama, sua familia e seus amigos. Não tenha medo de chegar naquela garota que você ta afim. Não tenha medo de tentar. Por que um dia, por uma besteira tudo pode acabar.
Lembre-se de todas pessoas para as quais você é de alguma forma importante. E seja forte no seu dia-a-dia. Treinei em todos os sentidos, e na hora do medo nao hesite em ser útil.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Precision Addiction

O que é o momento?
Durante o dia-a-dia vejo pessoas andando de um lado pro outro com pressa. Sem tempo. Mas, o que significa o tempo quando se é um escravo dele? Muitas vezes a ilusão de um coletivo que tem sentimentos semelhantes aos meus faz com que me acomode e passe a suportar a realidade. Não pratico a violência, mas aos meus olhos ela passa a ser algo comum. Não faço muito para mudar o meu meio porque existe um falso sentimento dessa incapacidade, condicionado pela crença de que somos todos limitados.
Mas... Quem impôs essa limitação? Quem disse que os caminhos existem e devem ser seguidos? Observando o exemplo de poucas e boas personalidade percebo que caminhos não existem, eles simplesmente esperam por existir. Cabe a mim e a você enxergar, acreditar na possível realização desses caminhos que me esperam aceita-los . Desse modo estaremos nós mesmos buscando uma forma de expressão daquilo que verdadeiramente somos. Nossas ações seriam um reflexo da essência que as motivam.
Trilhamos diversos caminhos. Pulamos de um muro para outro, ou de um muro para uma arvore. Mas na verdade estamos construindo a nossa liberdade, por que diante do desafio somos forçados a encarar aquilo que somos. A forma mais elementar e simples por trás de nossas mascaras cotidianas.... Quando estamos prestes a fazer algum movimento, e temos a consciência de que temos que acerta-lo ( não so para mantermos nossa integridade física, mas para fortalecermos nossa integridade mental) por um momento toda a ilusão de realidade à nossa volta e dentro de nós mesmos desaparece. Naquele momento não existe “o que os outros vão pensar se eu fizer isso?”, não existem preocupações simples e fúteis, não existe hesitação, dúvidas sobre o futuro, memórias do passado, e muito menos o medo. Nada mais te acompanha nesse desafio. É só você... e aquilo que você quer. É o momento em que só a minha estrutura mais simples de ser humano é posta à prova e, sentindo a simplicidade de acreditar no movimento, posso enfim construir minha liberdade. Aprendendo quem eu sou, o que quero deixar aqui e para onde quero ir. Meu nome é Lucas Oliveira Mourão e isso pra mim se chama parkour.